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terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Bolo de Limão Vegan para uma Oração que ninguém queria


Não sei se sabem (certamente já devo ter referido aqui) mas eu dou catequese. Já há muitos, muitos anos (faz este mês precisamente 10 anos) por isso quando comecei eu era pouco mais do que uma criança. 

Quando vejo alguns do meu primeiro ano de catequese, que se sentavam ao meu colo e que agora estão com barba e namoradas, sinto-me velha, mas velha. Já passei inúmeras aventuras associadas ao processo de dar catequese (vida de "beata" - como eu me auto denomino às vezes - é cheia de adrenalina, não pensem!) e não consigo explicar por palavras a quantidade de coisas que aprendi ao longo destes anos, a vários níveis. 


Aparentemente, não foi o suficiente para me ensinar a lidar com miúdos na puberdade. Acho que nada nos prepara psicologicamente para lidar com rebolares de olhos e suspiros de enfado. Nem os 10 anos de catequese, nem um curso e mestrado em psicologia.

Custa admitir, mas eu e o meu amigo J. (que dá catequese comigo)... estávamos habituados a ser amados. É tão fácil sermos amados por crianças dos 5 aos 10 anos. Basta fazermos um jogo de 5 min no inicio de cada sessão e ouvi-los atentamente e dar-lhes total liberdade para terem opiniões (infelizmente, para a grande maioria das crianças isto não acontece com frequência, nem jogos nem opiniões pessoais) e somos deles, inteiramente. Com mais velhos é mais difícil, odeiam-nos por princípio e temos de dar provas para merecermos o seu amor :P


Eu e o J. somos de organizar orações de grupo, de promover um contacto mais próximo com Deus, "acalmar" de vez em quando as borboletas que se acumulam na nossa cabeça. As orações com as crianças pequenas correram sempre super bem, como até referi uma vez aqui no meu falecido blogue pessoal

Agora experimentar fazer orações com miúdos na puberdade? Ahah. 

Não é preciso dizer que não fomos lá muito bem recebidos. Ninguém queria. Houve olhares de pânico, até. Negociámos: experimentávamos uma vez, eles fingiam que gostavam e se corresse mal na sessão a seguir falávamos sobre o assunto e nunca mais se repetiria a experiência. Estava disposta a cumprir a promessa, mas não é que gostaram? Todos pediram para repetir a experiência, e os que não foram (sim, claro que houve quem faltasse) manifestaram pena genuína de não terem vindo.


Levei bolo, acho que ajudou (tudo fica melhor com chá e bolo, até as orações!). Vegan, porque o J. não come produtos de origem animal. Mas curiosamente, ninguém referiu o bolo e o momento do chá como sendo a sua parte preferida. Pelo sim pelo não, é melhor não saltar esta parte...

Ingredientes
Bolo:
  • 4 c. sopa de linhaça amarela moída
  • 12 c. sopa de água
  • 1 cháv. açúcar amarelo
  • 1/2 cháv. óleo
  • 1 cháv. leite de arroz
  • sumo e raspa de 2 limões
  • 2 cháv farinha integral
  • 2 c. chá fermento

Cobertura de chocolate:
  • 100 gr chocolate de culinária
  • 1 c. sopa margarina
  • 1 c. sopa leite de arroz
  • confeitos coloridos (opcional)

Modo de fazer:
1 - Misturar a linhaça com a água e deixar repousar 10 min.
2 - Bater a pasta de linhaça com o açúcar amarelo. Juntar o óleo, o leite de arroz e o sumo de limão de bater bem. Misturar a farinha, o fermento e a raspa de limão, mexendo bem com uma colher de pau.
3 - Despejar numa forma untada e enfarinhada e levar ao forno durante 40 min, a 180ºC.
4 - Deixar arrefecer e desenformar.
5 - Entretanto preparar a cobertura, levando os ingredientes todos ao lume até derreter. Cobrir o bolo e enfeitar com os confeitos coloridos.

Fomos assim, eu e o J. cheios de coisas e preparados para a guerra!

12 fatias
Cerca de 300 kcal/fatia.