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terça-feira, 15 de maio de 2012

BCAP - Esperança e bombons La Fayette


As aulas de História no secundário eram muito produtivas. Com a minha amiga (e afilhada) C., entre conversas, fofocas, resumos, anedotas, jogos de galo e tudo o mais, íamos aprendendo qualquer coisa de história também. Tenho perfeita noção que não me calava por um minuto, mas tinha (e tenho ainda, mesmo na faculdade) uma vontade inata de falar, o que posso fazer? Está nos genes!
Essa minha amiga teve a certa altura um namorado que, para pudermos sussurrar conversar à vontade e ninguém saber do quê, o baptizei de La Fayette. Não faço ideia porquê, mas aposto que nessa altura devíamos estar a dar a Revolução Francesa, não sei porquê, é um palpite que tenho!...
A história do La Fayette (juro que já nem me lembro do nome a sério do rapaz) foi de pouca dura e lá houve o dia, na aula de História, em que o ambiente foi pesaroso e triste. Sou pessoa de fracos consolos, e nas alturas em que devo, em que sei que devo dizer alguma coisa saída do fundo do coração de forma a animar outra pessoa, ou consolá-la, ou a enchê-la novamente de Esperança, nem que seja só uma restiazinha, um fio de luz no fundo do túnel, nessas alturas tenho a certeza que os braços aumentam de tamanho, nascem-me novos e desajeitados dedos no cimo das mãos, e as palvras profundas, belas e perfumadas de esperança e consolo morrem antes mesmo de chegar à boca, ou enrolam-se debaixo da língua, não sei bem, e eu só consigo acenar com a cabeça ou dizer banalidades que podem chocar de suposta insensibilidade. 
Nesse dia deve ter acontecido algo do género e eu regressei a casa triste pela tristeza dela, e então lembrei-me de fazer o que faço sempre nessas alturas: filmes, pipocas e bombons! Nada como uma comédia ou um filme de terror acompanhado de bonbons. Porque para amarguras confesso que não há remédio como bonbons. Não me lembro que filme vimos, mas lembro-me que fiz estes bonbons, que passei para o meu caderninho de receitas como "Bonbons La Fayette", para servir de referência para desgostos de amor futuros, quando é necessário devolver a esperança a quem ficou só. Quando soube o tema deste mês, soube instantâneamente que eram os escolhidos.
A receita é super fácil, e lembro-me que tirei de uma revista (Tele Culinaria, talvez? Ou seria Mulher Moderna na Cozinha?).



Ingredientes:
1 lata de leite condensado
1 c. chá de margarina
1/2 tablete de chocolate de culinária (um pouco menos)
1 c. sopa de óleo
Drageias coloridas q.b.

Modo de fazer: Levar ao lume um tacho com o leite condensado e amanteiga, até atingir o ponto de estrada. Despejar sobre uma mesa/bancada untada de óleo e deixar arrefecer. Entretanto, derreter o chocolate com o óleo, em banho maria. Fazer bolinhas com a massa de leite condensado, mergulhar no chocolate derretido e dispôr numa superfície untada com óleo. Cobrir com drageias coloridas. Quando o chocolate estiver seco (eu deixo de um dia para o outro), despegá-los um a um e colocar numa bomboneira ou em forminhas de papel.


Aconselho a toda a gente, com a promessa de, se não conseguir restituir a esperança, de servir de consolo em momentos mais amargos da nossa existência!

5 comentários:

  1. Doce bom companheiro de algumas horas, mas que podem fazer estragos, rs,rs,
    Participação recheada a chocolate.
    bjs

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  2. Muito interessante o post. Uma Esperança com sabor a chocolate até fica mais gostosa. Rsrsrs
    Um abraço

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  3. Olá, Anouska querida
    "O que me importa o tempo e o espaço,
    Se trilhei caminhos orvalhados
    Em busca do calor do teu abraço?"
    (Auxiliadora)

    "Restiazinha"... mas capaz de nos mover para uma adrenalina perfeita!!! E os chocolates nos ajudam na manutenção da Esperança, né???
    Concedei-lhe, ó Deus, prodigamente, o ORVALHO DO CÉU...
    Até o próximo mês, se Deus quiser!!!
    Abraços esperançosos de paz

    "Jamais desista de ser feliz, pois a vida é um espetáculo
    imperdível, ainda que se apresentem dezenas
    de fatores a demonstrarem o contrário."
    Fernando Pessoa.

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  4. Anouska, quase não consigo ler o seu post, dada a fonte e o fundo transparente do blogue. Acho que estou precisando de óculos.
    Que história legal com a sua amiga que deu nome ao bombom! Sua amiga jamais se esquecerá do ex-namorado!
    Já copiei a receita!! Beijus,

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  5. Ah ah ah Anouska, mais uma vez, genial!!
    Quando li o nome dos bombons La Fayete soltei uma gargalhada.
    Muito cómico o teu texto sobre as palavras que se enrolam na boca e que se recusam a sair debaixo da língua quando se trata de semear esperança em corações despedaçados.
    Mais um pedacinho de amor para a nossa coletiva. Uns são doces, outros amargos (com sabor a limão) e outros...condensados!! Amei.
    Beijinhos bem dispostos.
    Rute

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