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quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Crumble de amora


Todos os anos, o fim do mês de agosto é dedicado a apanhar amoras silvestres na terra do meu pai. Usamos a maioria para fazer doce, mas outra parte congelamos - seja na esperança de fazer doce mais tarde ou para utilizarmos noutras receitas.

E foi assim que numa tarde fria e chuvosa do início do mês a minha irmã lembrou-se de experimentarmos um dos crumbles da Joana Macieira, do blogue "Palavras que enchem a barriga", só que em vez de mirtilos, utilizámos amoras!


E sentada no sofá, com uma mantinha nas pernas, e na tv a passar um episódio do masterchef... soube-me pela vida!

(e que saudades do principio do mês, em que podia dar-me a luxo de fazer uma pausa para lanchar confortavelmente no sofá!)

Ingredientes (1 pessoa)
Amoras - pus uma mão cheia delas
25 gr de açúcar mascavado
10 gr de farinha integral
12.5 gr de margarina fria

Modo de fazer: 
Colocar as amoras numa tigela/ramequin para ir ao forno (eu nem descongelei as minhas primeiro).

À parte, misturar os restantes ingredientes (usei os dedos) até ficar com a consistência da areia molhada. 



Cobrir as amoras com esta mistura e levar ao forno, pré-aquecido a 180ºC durante 40 min. 



Tarãn! É bom demais!


terça-feira, 19 de novembro de 2013

Cobertura/recheio de chocolate branco e o Bolo da Maria - e uma dissertação sobre um dia negro para a cozinha


Gostava de conseguir dizer que os meus cozinhados saem sempre bem. Gostava mesmo. Pelo menos ao falar de receitas simples, que já repeti mil vezes e que têm tudo para correr bem.

Mas a verdade é que há dias em que TUDO corre mal. E que parece que a melhor solução é voltarmos para a cama que amanhã é um novo dia.

Como vêm, esta história vai ter um final feliz!
Mas eu não sou pessoa de desistir facilmente. Interiorizei bastante bem a teoria da minha avó: "Quando tudo corre mal, tens de te rir! Assim o Diabo fica baralhado e deixa de te chatear". E foi isso que fiz quando dediquei parte da minha terça-feira livre ao bolo de aniversário da minha amiga Maria. 

Tinha tudo para correr bem: a receita seria do pão-de-ló que já mostrei aqui (e que já testei montes de vezes e correu sempre bem), iria recheá-lo com duas camadas do meu doce de morango, e cobri-lo com uma cobertura de chocolate que já tinha feito no bolo de aniversário de um amigo (mas que não publiquei porque foi numa altura em que não tinha máquina). Para decoração, uns chocolates seria suficiente. 

Planeava uma tarde relaxante... Diabo (se existes!): és tão engraçado.


Aqui vai a descrição da montagem do bolo, acompanhado pela descrição do meu dia:

14h - mais coisa menos coisa
A seguir ao almoço, lá fui eu toda contente fazer o bolo da Maria. Fui ver a receita aqui no blogue e comecei a pensar: "isto é imenso bolo... o melhor mesmo é fazer só 1/3 da receita". Fui buscar a forma. E agora, onde anda a forma? Tinha mesmo ideia que a tinha trazido da terra. Procurei, procurei e nada. O bolo tinha de ser redondo, era essencial para a minha ideia de decoração. Felizmente, tinha outra forma parecida - mas não reparei que o diâmetro desta era muito superior ao da outra. Fiz 1/3 da receita como tinha planeado, e foi só ao deitar a massa na forma que reparei que ficava tipo panqueca. "Não faz mal, agora o bolo cresce!". Ignorei o facto de estar farta de saber que este bolo não cresce.
E não cresceu. Mas ficou bonito, saiu impecavelmente da forma e cheirava divinalmente. Decidi não dar importância ao assunto: seria um bolo baixinho, mas se os homens não se medem aos palmos, os bolos também não. Eu também sou baixinha: ia ter um bolo a condizer comigo (nota: ainda o bolo estava no forno e a forma desaparecida já tinha reaparecido misteriosamente). 

18h
O bolo tipo panqueca já tinha tinha arrefecido. Estava na altura de dividir o bolo. Podia fazer só uma camada, mas eu queria duas e ia tê-las: e foi a parte que correu bem (!). Para dividir o bolo, sigo sempre o mesmo método e dou-me sempre bem. Tenho pena de não ter tirado foto aos processo, mas hei-de fazê-lo. Começo por marcar com uma faca em redor do bolo as camadas que quero fazer. Com linha de alinhavar, passo a linha pela marcação, e torço - é a fita que corta o bolo. Para tirar a camada sem se partir, ponho uma tampa ou um tabuleiro por cima e com a faca faço a transição. Recheei com doce de morango.

As três parte do bolo: uma na transportadora, outra no tabuleiro que uso para "fritar" as batatas de forno e a outra numa tampa de uma panela


Agora era a vez da cobertura. Da outra vez, bastou-me bater as natas em chantilly firme, derreter o chocolate em banho maria, juntar tudo, mexer com uma vara de arames, deixar arrefecer e fiquei com um creme consistente para decorações com o saco de pasteleiro. Mas da outra vez era chocolate preto, e não chocolate branco.

Começou a correr mal logo ao bater as natas em chantilly: não havia meio de ficarem firmes. Usei 3 saquetas de um preparado que uma prima traz da Alemanha, que ajuda nestas coisas, e nada. Bati e bati até me ficarem a doer os braços (esquerdo e direito: que jeito me dá às vezes ser ambidestra!). "Pode ser que com o chocolate fique mais firme!". Mas essa era outra coisa que estava a correr mal: o chocolate não derretia. Não se comportava nada como o chocolate preto: ficou apenas uma papa estranha. Juntei um pouco das natas que ainda não tinham virado chantilly e aquilo lá derreteu como deve ser. Juntei tudo e tinha uma espécie de natas com sabor a chocolate. Da consistência das natas. Não conseguia trabalhar com aquilo. Decidi meter aquilo no frigorífico e ir jantar. Podia ser que o frio torna-se o creme mais consistente!

21h45
Não tornou. Subiu-me as fúrias e continuei a bater. Ia bater as natas a noite inteira se fosse preciso, mas aquilo ia virar chantilly! Passado um bocado, comecei a ver os resultados do meu esforço: as natas transformaram-se em manteiga. 

Foi aqui que me comecei a rir. Ia ficar o bolo mais horrível de todos os tempos. Ia-se tornar uma piada com o passar dos anos: "Lembram-se daquele bolo que fiz para os anos da Maria, em que as natas viraram manteiga?". Já me imaginava a ir buscar um bolo a Pingo Doce, mas entretanto lembrei-me de meter aquilo tudo no fogão, com uma colher de farinha maizena dissolvida num pouco de leite. E ficou assim:

Tarãn!
E foi assim que nasceu uma deliciosa cobertura de chocolate branco, das coberturas mais deliciosas que já fiz! Enfim, foi um desastre feliz. Decorei com malterers e biscoitos cobertos (tudo da marca do continente). Como o bolo estava muito baixinho, tive de acertar os biscoitos.

Juro que o Continente não patrocinou este post!


Toda a gente gostou, e foi um bolo bastante elogiado (apesar de, na minha opinião, ter ficado enjoativo) mas mesmo que o bolo tivesse ficado uma porcaria e acabássemos a comer pasteis de nata do Pingo Doce teria sido divertido na mesma. Quando estamos com pessoas que gostamos pormenores como o que comemos, o que fazemos, essas coisas, passam a ser acessórios. 

Portanto cá vai a receita da cobertura como deve ser, para não passarem pelo que eu passei!


Ingredientes
200 gr de chocolate branco para culinária
2 pacotes de natas
1 c. sopa de farinha maizena, dissolvida num pouco de leite.

Modo de Fazer: Juntar tudo num tachinho. Levar a lume brando mexendo sempre com uma vara de arames. Quando ficar com a consistência de um creme cremoso, apagar o lume e cobrir/rechear o bolo (é importante que o bolo a rechear esteja completamente frio).


Bom Apetite!

Segue-se agora a descrição da decoração do bolo, que é facílima:

Cobrir o bolo. Estão a ver a cobertura a pingar? Limpem isso tudo.

Dispor os rolinhos de chocolate, alternando os de chocolate branco com os de chocolate preto

Dispor os maltesers no centro do bolo

Tarãn!

Decorei ainda com umas estrelas coloridas com as letras do nome "Maria", que depois de impressas e recortadas colei nuns paus de espetadas

O bolo, agora com as velas coloridas!
Para o ano há mais Maria!

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Bounty de colher


Quando vi esta receita no blogue Flor de Sal pensei logo: a minha irmã vai adorar! Ela sempre foi uma grande apreciadora dos chocolates bounty (apesar de raramente os comer) e sabia que ia gostar. 


Chocolate Bounty - imagem retirada da net. Mnhami!

Foi feita naquele dia em que fui a casa dos meus primos e levei também os brigadeiros, lembram-se? A ideia era só levar esta sobremesa, mas foi demasiado optimista com as quantidades e quando acabei de fazer pensei que talvez fosse insuficiente.

Para a próxima dobro as quantidades, definitivamente! É muito fácil e rápida de fazer, e a combinação coco e chocolate não tem muito por onde correr mal. De ir aos céus e voltar a cada colherada...


Aqui vai então a minha versão de bounty de colher (omiti as bolachas maria da receita original):

Ingredientes
Creme de coco:
1 lata de leite condensado
2 latas de leite (usar como medida a lata do leite condensado)
2 c. de sopa de farinha maizena
100 gr de coco ralado

Creme de chocolate
1 pacote de natas
12 c. sopa de chocolate em pó
1 c. sopa de margarina

Modo de fazer: 
Creme de coco: Levar ao lume todos os ingredientes até engrossar. Reservar.
Creme de chocolate: Levar ao lume todos os ingredientes até engrossar. 
Numa taça grande (também deve ficar lindo em tacinhas individuais) deitar o creme de coco, cobrir com o creme de chocolate e levar ao frigorífico (de preferência de um dia para o outro). Depois é só deliciarem-se!




quarta-feira, 13 de novembro de 2013

O melhor arroz doce do mundo...


... é o arroz doce da mãe da Maria!
A sério.
Eu achava que era o da minha avó, mas não é. Este arroz doce é gourmet, é mais que arroz doce, é a melhor sobremesa que alguma vez provei: o arroz doce é cremoso, o molho é espesso, a canela abundante e o limão também. 
Tenho de ir a casa dela fazer um workshop sobre as voltas que este arroz doce tem. E se a mãe dela deixar, depois partilho a receita com vocês! Vocês vão querer - mesmo que digam que não gostam de arroz doce!

domingo, 10 de novembro de 2013

Lasanha de ricotta de tofu com espinafres


Há muitos blogues vegetarianos espalhados pela blogosfera. Fui parar ao "The Love Food" por causa da minha irmã, que já o seguia. E ainda bem, pois é um dos meus blogues preferidos de receitas vegetarianas (vegans, para ser mais precisa!). 


Sem dúvida esta preferência é devido às receitas simples, sem ingredientes complicados, sempre com pouca gordura e extremamente saborosas. Fazem sempre sucesso! 

A minha irmã já fez muitas vezes a sua Lasanha de Beringela e Courgette, que se tornou das nossas comidas preferidas (e que só ainda não postei aqui porque nunca fui eu que fiz, e eu gosto que todas as receitas publicadas tenham sido feitas por mim).


Quando a minha irmã me perguntou o que faríamos para o almoço de 5ª feira, em que estávamos as duas em casa (greve, iei! - not) lembrei-me logo da lasanha. Mas não tínhamos nem beringela nem courgette, e a verdade é que o que me estava mesmo a apetecer não era a lasanha em si, mas sim a ricotta de tofu que essa lasanha leva.

Vai dai, nasceu a nossa Lasanha de Ricotta de Tofu e Espinafres, que ficou tão boa, mas tão boa que parecia vinda de outro mundo!

E é também uma maneira de fazer os miúdos (e os graúdos) comerem legumes. Isso também sempre me fez muita confusão, porque eu sempre adorei legumes. Claro que havia alguns que eu não gostava (mas que agora adoro!): rúcula, beterraba, couves de bruxelas, couve lombarda cozida (esta mantém-se!). Agora não gostar de nenhum legume? Cozinhado de nenhuma maneira? Não me parece possível. Mas a verdade é que muita gente se queixa desta situação - mas duvido que algum miúdo se recuse a comer esta lasanha!

Ingredientes (5 a 6 pessoas)
Ricotta de tofu:
300 gr de tofu
1 c. chá de alho em pó
1 c. chá de tomilho (ou manjericão, se preferirem)
4 c. sopa de levedura de cerveja

Molho de tomate e legumes disfarçados
2 copos (dos de vinho) de polpa de tomate
2 cenouras ralas
1 alho francês às rodelas
Água q. b.
Vinho branco q. b.

Espinafres salteados:
500 gr de espinafres congelados
1 c. sopa de azeite
2 dentes de alho

+ 12 placas de lasanha pré-cozinhada (para a próxima, vamos fazer só com 9 placas, foi massa demais, mas também é uma questão de gosto - por aqui não somos muito "masseiras"). 

Modo de fazer: 
Molho de tomate:
Num panela pequena, levar ao lume a polpa de tomate, as cenouras e o alho francês, com um pouco de água e vinho branco. Deixar cozinhar os legumes (leva pouco tempo) e triturar tudo muito bem com a varinha mágica, até que se pareça um creme de legumes (tem de ficar um pouco mais para o líquido). Reservar.
Aqui o molho ainda sem os legumes cozidos e triturados

O molho, depois de 10 min de varinha mágica (a falta que uma bimby faz nas nossas vidas!)

Ricotta de Tofu:
No liquidificador, triturar o tofu com os restantes ingredientes. Juntar água e bater até ficar um creme liquefeito (como é para uma lasanha com massa e não com legumes, tem de ficar mais para o líquido porque a massa vai absorver parte da água). Reservar.

Aqui estava com a consistencia ideal se fosse uma lasanha com legumes em vez de massa. Como fizemos com massa, tem de ficar mais liquido que isto (mas sem exagerar!)

Espinafres salteados:
Numa frigideira, saltear os espinafres no azeite. Juntar os dentes de alho picadinhos. Quando os espinafres estiverem salteados e a água evaporada, reservar.


Montar a lasanha:
Vou-vos mostrar o esquema da nossa lasanha, para ser mais fácil de perceber. E depois vou-vos mostrar o esquema da lasanha que faremos na próxima vez, porque desta vez achámos que tinha massa demais.

Vermelho: camada de molho de tomate
Amarelo: Camada de massa 
Cinzento: camada de ricotta de tofu
Verde: Espinafres salteados
A lasanha como nós a fizemos
A lasanha como será feita da próxima vez!
 Levar ao forno a 180ºC durante 40 min.
Como nós somos muito inteligentes, pusemos a massa num tabuleiro demasiado pequeno. Não pensámos que a massa crescesse tanto, de modo que passado os 40 min  a lasanha tinha ganho asas e estava prestes a levantar voo!


Não ficou muto bonita, mas estava deliciosa!


Acompanhei com salada de alface e tomate. Estava uma delícia!




Gelado de Pistachio e Amendoim - Santini de Cascais


 Delicioso, como sempre!

E o sol convidava mesmo ao passeio...








sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Merendas dos Santos


Eu sei que o Dia de Todos os Santos já lá vai (ainda por cima não foi feriado! O que vale são estas greves na semana a seguir... - quem me conseguir explicar que sentido é que isto faz, diminuir feriados e aumentar greves, que me explique sff) mas estas merendas caem bem em qualquer altura!


Das pessoas que cozinham, há um tipo verdadeiramente irritante: são aquelas pessoas para quem "o segredo é a alma do negócio" (mesmo que não haja negócio nenhum), que nunca partilham receitas com ninguém, que cozinham às escondidas, na escuridão total e com as janelas forradas com papel de alumínio, que fazem sorrissinhos disfarçados quando lhes dizemos que a receita que nos deram não saiu bem pela terceira vez, que afirmam querer deixar as receitas de família apenas à família (mesmo quando a "família" nem gosta de cozinhar) e que, à pergunta "hum, que bom! O que é que leva?" respondem com um "ai filha sei lá... é tudo a olho!", o que nos faz suspirar de exasperação. 


Felizmente, a Dona Fátima não pertence a este grupo de pessoas. Não só me deu a receita destas merendas deliciosas como me deu mais dicas para que saíssem bem. E quando mesmo assim continuaram a sair mal, fê-las de propósito novamente, comigo a ver. E desta vez saíram mesmo bem! E ainda bem, pois para além de fáceis de fazer, são uma verdadeira perdição!

Ingredientes
800 gr de abóbora cozida e escorrida
800 gr de açúcar
1 kg de farinha c/fermento Branca de Neve
1 c. sopa de erva-doce em pó
1 c. sopa de fermento em pó
1 pacote de passas/sultanas - também podem usar nozes ou outros frutos secos
1 copo (daqueles do vinho) de azeite - facultativo.
Ovo batido/Leite para pincelar

Modo de fazer: 
Cozer a abóbora, deixá-la a escorrer por umas horas e esmigalhá-la com o utensílio de esmigalhar batatas (como eu não tenho, fiz com as mãos). Escorrer a água em excesso.

Aqui ainda faltava escorrer mais um bocadinho, que a abóbora tem imensaaaa água
Num alguidar, misturar a farinha, a erva-doce, o açúcar e as passas/frutos secos.

Como não tinha erva-doce em pó, usei em grão - são essas as pintinhas que se vêm na farinha.
Juntar a abóbora e amassar apenas até estarem os ingredientes todos envolvido. 

Adoro amassar coisas
Juntar o azeite e o fermento e misturar bem novamente.

Em minha casa só há azeite das nossas oliveiras 
Tarãn!
Despejar numa forma untada e enfarinhada, cobrir com ovo batido ou leite e levar ao forno por 40-60 min a 180ºC (fazer o teste do palito).

As meninas, antes de entrarem para o forno.
Acompanham muito bem chá, café, jeropiga, chocolate quente... ou mesmo nada! Não precisam de nada a acompanhar, para além de dentes :P


Como fiz a receita inteira, congelei metade (tenho de fazer um post com o meu método de congelação de bolos!), e já estou a salivar com a metade que me espera para este fim-de-semana...
Espero que também gostem e que experimentem fazer! Vale bem a pena.