quarta-feira, 12 de março de 2014

Dissertação frustrada sobre as dietas e umas trufas de passas, alfarroba e amêndoas


Atenção, post muuuuito longo! 

A história destas trufinhas crudíveras começou com a página Felt by Heart. A história da Joana é interessante: teve alguns problemas alimentares (anorexia, bulimia), contava calorias, passava a vida angustiada e, acredito, a ver a alimentação mais como uma inimiga que como uma aliada. Então um dia, decidiu abolir completamente os alimentos processados, as farinhas, o açúcar refinado, o sal e as manteigas, e aumentar consideravelmente o consumo de frutas, vegetais e alimentos simples. Um pouco à semelhança do Homem nos primórdios da Humanidade.


Independentemente do quanto é possível dizer sobre este assunto (tanto de uma maneira positiva como negativa) houve certas coisas na alimentação da Joana que me interessaram e me fizeram pensar. Em primeiro lugar, foi a questão das frutas e vegetais. Este ano, talvez devido aos livros da Ágata Roquette, não sei (até parece que estou a fazer uma campanha contra a nutricionista, nada disso, até acho que ela merece muito respeito, mas simplesmente não consigo confiar numa pessoa que me diz para beber coca-colas light) parece que se declarou uma guerra aberta às frutas e vegetais - principalmente às frutas. 
E por isto, várias frutas ficaram deprimidas

É por todo o lado ouvir gente a minar-me o prazer de comer fruta à vontade (ou seja, em blogues, sites e no ginásio!). Porque faz mal aos rins, porque tem demasiado açúcar, porque engorda, porque aumenta o apetite, porque não sacia. Isto choca-me um bocadinho, principalmente quando essas pessoas me aconselham a substituir as frutas por salsichas enlatadas, fiambres de peru, iogurtes light, barrinhas de cereais e queijinhos frescos. Assim é que vou conseguir ficar magra, não é a comer fruta à maluca. Nem à base de sopinhas, cheias de legumes proibidos a quem quer manter a linha. 

Pobres pêras.
Ok, neste aspecto não sou grande exemplo porque, bem, porque na verdade sou gorda. Não sou obesa, mas efetivamente tenho peso a mais para os parâmetros atuais e não tenho grande moral para falar de perder peso (nem sou nutricionista, tão pouco!). Acredito, como a Joana, em evitar os alimentos processados ao máximo (muito raramente como e nunca compro batatas fritas, chocolatinhos, salsichas de lata, bolachas e bolos de compra, por ex.), não usar manteigas nem margarinas para cozinhar, em comer doses industriais de legumes variados e preparados das mais diversas formas, e em comer fruta à vontade, sem contar as calorias. E fazer exercício físico, correr e saltar a vontade, sem me dar o badagaio.


Na minha família dura-se até aos 100 anos. As minhas análises estão fantásticas (com o "mau" colesterol a níveis baixíssimos), raramente me constipo (estou adoentada agora, mas passei 2013 sem uma única constipação) e tomei antibiótico duas vezes desde que me lembra de ser gente (fora as vezes em que tirei os dentes do siso...). Como doces uma vez ou duas por semana, é verdade, mas para algumas pessoas isto é comer doces raramente, acreditem ou não (já me disseram que tinha a mania das dietas por isto!). E acho que uma alimentação equilibrada, sem paranóias nem extremista (toda a gente gosta de um chocolate de vez em quando), farta em frutas e vegetais e pobre em alimentos processados me traz menos doenças e mais anos de vida, apesar de alguns bons genes também deverem ter o seu peso na equação. Também não podemos cair na tentação de dizer que uma boa alimentação nos vai proteger de doenças, mas eu gosto de sentir que estou a cumprir o meu papel.


E com isto não estou a condenar ninguém, mas a definir as minhas prioridades. Comer para mim é um prazer, as refeições em família são um dos meus momentos preferidos do dia e a alimentação tem como objetivo proporcionar-me bem-estar e dar-me saúde e força suficientes para fazer as minhas tarefas do dia-a-dia. As frutas e os legumes são meus aliados, e não meus inimigos. Dão-me vitaminas, água, fibras e muitas outras coisas boas. Se tenho um pouco de peso a mais para os parâmetros da sociedade, dentro ainda do IMC normal, sinceramente... paciência. 

Por amor de Deus, é só comida. Ultimamente, apetece-me comentar algumas conversas e alguns blogues com mensagens iradas. A culpa deve ser do SPM, deve ser qualquer coisa hormonal, mas já me ando a passar com as salsichas, os queijinhos frescos, as gelatinas e a coca-cola light e as paranóias do peso vindas de gente que já é magra.


Sobre isto, há um post excelente no blogue The Love Food que aconselho toda a gente que se interessa por este assunto a visitar. 

E agora vou mas é comer uma trufinha destas. Cheias de calorias e hidratos de carbono, mas com coisas boas que me põem os intestinos a sorrir e que, acredito eu, me vão passar pelo organismo sem ficarem agarradas às minhas coxas. E acompanhadas por fruta, têm feito parte dos meus lanches ultimamente. E vieram para ficar, por isso preparem-se para as próximas variedades!


(Receita baseada nas receitas da página do Felt by Hearth)
Ingredientes (8-10 bolinhas)
1 chávena de aveia
1/2 cháv. sultanas pretas
1/2 cháv. amêndoa aos pedaços
2 c. sopa de alfarroba
1 c. sopa de linhaça moída
1 c. sopa de mel

Modo de fazer:
Num robot de cozinha, triturar a aveia até ficar uma farinha fina. Triturar as passas até ficar uma pasta pegajosa, da consistência da manteiga de amendoim. Triturar também a amêndoa até ficar uma pasta (ter cuidado para o robot não aquecer demasiado, ir parando e tirando a amêndoa dos lados da máquina com a ajuda de um salazar). Misturar isto num alguidar ou tigela com o resto dos ingredientes (gosto de aquecer o mel primeiro), de forma a que dê para moldar pequenas bolinhas. Se a massa estiver ainda muito seca, juntar mais mel ou uma colherinha de azeite.

Bom apetite!
Podia juntar aqui as calorias por porção, mas quero manter-me na ignorância de propósito!

Lanche!


18 comentários:

  1. Adoro as tuas trufas! São aparentadas com as minhas barrinhas crudívoras que publiquei anteontem! Quanto à alimentação, estou contigo - prefiro frescos a processados e se é para comer bolinhos, prefiro os meus que faço em casa. Mas acho também que não há uma dieta perfeita para todos - como tudo na vida, temos que encontrar a nossa própria forma de comer, aquela que é adequada ao nosso organismo e à nossa forma de ser e viver!

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    1. Olá! Pois é! Também pensei nisso quando vi as tuas barrinhas, já tinha eu a publicação agendada :P Já não é a primeira nem a segunda vez que me acontece andar em sintonia com a restante blogosfera :)
      É exactamente isso, não há uma alimentação ideal para todos, o que resulta para uns pode não ser o melhor para outros. Se bem que duvide que as coca-colas entrem em alguma, mas pronto!
      Muitos beijinhos e obrigada pelo comentário :)

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    2. Experimentei as tuas trufas (em forma de barrinha) e foram um mega sucesso cá em casa! Só substituí as passas por tâmaras, de resto segui a tua receita, e ficaram mesmo gulosas! :-) Também já me aconteceu ter uma receita agendada e ver que dois dias antes ou no dia anterior outro blogue publica algo parecido! Faz parte! :-) Mas mesmo assim, entre as minhas barrinhas e as tuas trufas há uma diferença enorme em termos de sabor. Por isso, viva a diversidade! :-)

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    3. :D Com tâmaras deve ter ficado fantástico! Ainda bem que todos gostaram ^^
      Viva a diversidade ;)

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  2. Compartilho com você os valores de uma alimentação saudável e acima de tudo prazerosa, sem recorrer aos produtos industrializados. Também acho um absurdo sem tamanho recomendar salsichas enlatadas e coca cola light para quem faz dieta, com o pretexto de dizer que ajuda a emagrecer. Da mesma forma, fujo dos adoçantes artificiais (aspartame e outros) como o diabo foge da cruz. Não sou nutricionista, nem cozinheira, tenho meus quilinhos sobrando, mas assim como você tenho o mau colesterol bem baixo, faz mais de ano que não tenho uma gripe e estou feliz da vida com a minha alimentação e minhas atividades físicas. Faço o meu próprio pão e os meus bolos (algumas vezes com manteiga, mas por nada no mundo troco manteiga por margarina), acho que são mais saborosos do que os comprados prontos.
    Acho que a gente deve, sim, ter cuidado com a nossa alimentação, e acima de tudo com a alimentação das crianças (apesar de não ser mãe).
    Estes docinhos já estão na minha do to list. Não tenho alfarroba. Será que dá pra substituir por cacau em pó? Vou testar depois venho aqui para contar.
    Beijos

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    1. Olá Kati! É tão, mas tão bom ver que não estou sozinha nisto :P
      Espero que experimentes e gostes muito! Vou publicar mais variantes.
      Depois diz como correu! Beijinhos e muito obrigada pela tua excelente contribuição no meu post :)

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  3. CLAP CLAP CLAP Gosto tanto mas tanto de ti! Se não queres lançar uma guerra aberta à Agata Roquette, lenço eu! Desde quando comer salsichas é melhor que comer furta? Porque raio hei-de eu comer iogurtes light, cheios de edulcorantes, E's, dextroses e outras coisas tais que nós nem conseguimos pronunciar, em vez de comer uma boa de uma sopinha de legumes (com batata!!!, cenoura!!, abóbora!!!)? Prefiro estar ligeiramente acima do peso mas a viver saudável até aos 100 anos, como toda a gente da nossa família. Somos gordinhos? Somos. Nunca poderemos ser "magros", porque gostamos de comer, e de comer bem. Mas se é isso que me vai fazer ter uma vida longa e saudável, não me importo muito.
    Beijinhos da irmã que te admira muito :)

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    1. Oh, Xanca *.*
      Li este comentário enquanto imaginava a tua "cara de indignada" característica :P é impressionante eheh
      És uma querida, eu também te admiro e gosto muito de ti! Vão ser mais 80 anos fantásticos na companhia uma da outra, se Deus quiser :)

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  4. E que bem que fica a foto do meu lanche no teu blog ;)

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  5. Epa eu não posso com essa Roquette nem com esse tipo de dietas. Já convivi de perto com elas, porque trabalhei num sitio onde haviam consultas com dietas desse género e para mim é a maior parvoice. Não se pode comer cenoura mas se tiver fome comam salsichas à vontade...muito ridículo! Concordo com a tua abordagem, devemos comer aquilo que nos faz sentir melhor e ter cuidado com o nosso organismo, não para sermos umas super-modelos, mas porque sentirmo-nos com saúde e energia é a melhor sensação de todas.

    Quanto a coisinhas doces, ups..aí sou fraca. Umas bolinhas deste género à minha frente não iam sobreviver muito tempo! :P

    beijinho*

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    1. Acho que é mesmo o que me irrita mais, a substituição de certos alimentos por outros que, enfim...

      Pois, é o meu problema também, estas trufinhas falam muito alto, não se calam, é ouvi-las "come-me... come-me..." :P

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Obrigada pela visita!